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sábado, 12 de julho de 2014


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Richard terminou de recolher os estilhaços da xícara, em seguida Aline desceu as escadas, estava com seu material da faculdade, sua expressão era mais calma, ela se despediu de seu pai e foi para o ponto de ônibus. Eram apenas sete e meia da manhã, a vizinhança começava acordar, Richard recolheu todo o lixo da casa e o levou para fora, era uma manhã gelada, mas agradável, ele estava em frente a sua casa, ao lado dos cestos de lixo quando reparou um caminhão de mudanças virando a esquina, passou em frente a sua casa e parou 5 casas depois, mais especificamente na casa de número 301, a expressão do investigador ficou séria, ele puxou sua caixa de cigarros do bolso, retirou um e acendeu, ele continuava encarando o caminhão de mudanças encostado quando uma grande e potente moto chamou sua atenção, ela estava sendo pilotada por uma motoqueiro que usava uma jaqueta de couro preta, seu capacete era laranja mas não era possível ver quem era pois a viseira era espelhada.
Mas não importou muito, o motoqueiro subiu a calçada da casa á esquerda da sua e estacionou na grama próximo a porta, era Salazar, ele estava com um grande saco de pão.
Como ainda não havia conversado com ele, Richard foi investiga-lo, foi andando lentamente em direção a ele, o investigador não pode deixar de reparar na moto, era muito grande devia ser 600 cilindradas, um ótimo veículo de fuga, o rapaz parecia estar esperando por ele já que ficou parado em cima da moto até ele chegar e se apresentar:
- Bom dia, sou Richard, seu vizinho!
Salazar retirou o capacete, deixou o saco de pão deitado sobre o banco da moto e ficou segurando o capacete embaixo do braço direito, ele passou sua perna esquerda para o lado direito da moto e ficou encostado nela:
- Bom dia senhor Richard, sou Salazar, o senhor deve ser o pai da pequena Aline.
Irritado por Salazar mencionar Aline, Richard soltou uma grande tragada de fumaça na cara de Salazar que não se importou:
- Como sabe que sou pai da Aline, já conversou com ela?
- O senhor Don Borges nos apresentou, e falou muito de vocês, muito bem – Salazar mantinha uma cara calma enquanto Richard soltava grandes baforadas de fumaça em sua cara – Também falou da vizinhança calma, que foi perturbada no passado por um assassino, mas o senhor conseguiu pegá-lo em um ato heroico.
Acabado seu cigarro, o investigador não poderia mais irritar o rapaz com as baforadas, então decidiu se retirar:
- Não foi um ato heroico, fiz meu trabalho e papel como pai, que é proteger minha família, mas não se engane rapaz, não vou com a sua cara, não serei seu amiguinho, e não quero você conversando com a minha filha, o recado foi dado, tenha um bom dia.
Dito isso o investigador virou as costas e estava indo em direção a sua casa quando Salazar lhe respondeu:
- Não se preocupe senhor Richard, não sou um rapaz que gosta de confusão e sua filha não faz meu tipo, ela é muito pequena e magra, não é atraente.
Irritado o investigador pensou em voltar, mas manteve a calma e seguiu seu caminho, quando pisou na área de sua casa e levou a mão á maçaneta da porta percebeu algo estranho, ele virou-se para trás e levou um susto, Salazar estava bem atrás dele, ele não demonstrou que estava assustado, mas estava intrigado com a velocidade e sutileza que o rapaz teve ao se aproximar dele:
- Como você chegou aqui tão rápido? Não tenho mais nada para conversar com você!
Ainda com a expressão calma e o sorriso no rosto, o rapaz deu um recado com a voz baixa:
- Acalme-se senhor Richard, estou aqui apenas para lhe pedir para nunca mais fumar quando estivermos próximos, meu médico disse que posso ficar extremamente sádico e agressivo em contato com nicotina.
Dito isso o rapaz bateu sua mão de leve sobre o ombro de Richard e voltou para sua moto, pegou seu saco de pão e o capacete que havia soltado e antes de entrar em sua casa cumprimentou Richard.
O investigador entrou em sua casa e sentou-se na sua poltrona, acendeu outro cigarro e falou para si mesmo:

- Eu devo ter um imã de assassinos.