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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Capitulo 03 – O mundo dos assassinos.

Aline ficou sozinha, ela fechou a janela, lentamente para não fazer barulho, deitou-se em sua cama, mas não dormiu, ficou olhando para o teto, havia sido muito difícil manter-se calma na frente de Salazar, a verdade é que ela estava espantada com tudo que ouvirá até o momento, uma parte dela tentava negar tudo o que ele dissera, mas outra parte acreditava fortemente nele, a pequena olhava para o teto escuro do quarto e soltou uma leve risada:
- O meu vizinho é um assassino, de tantos lugares para esse infeliz ir morar, ele escolheu justamente morar ao lado de um investigador, cretino!
Na manhã seguinte, Aline estava em um sono muito pesado, também pudera, havia ido dormir muito tarde, estava de boca aberta e babando em seu travesseiro, seu cobertor estava enrolado em seu pé e metade estava no chão. Mesmo com o sono pesado ela sentiu um fraco cheiro de queijo no ar, ela acordou com os olhos inchados, e sem ao menos lavar o rosto no banheiro ela desceu as escadas cambaleando e foi para a cozinha. Ainda com os olhos inchados de sono ela viu seu pai à beira do fogão, ele preparava o café de sempre, mas a mesa estava forrada de alimentos, havia pão de queijo, bolo de laranja, goiabada doce de leite e cappuccino. A garota admirou a mesa incomum por um tempo e sentou-se:
- Caramba, eu deveria ser atacada mais vezes, assim teria vários cafés da manhã assim!
Richard terminou de preparar o café e sentou-se a mesa também, ele estava sério, apenas esperando um momento para bombardear a pequena com perguntas, mas ele estava esperando ela aproveitar o café especial que montara.
A pequena se deliciava com o café especial que ganhará, mas seu pai se mantinha sério enquanto segurava uma xícara de café próximo à boca, ele não bebia, mas também não repousava a xícara. Após se deliciar com o saboroso café, Aline se espreguiçou e com o queixo sobre as mãos encarou seu pai:
- Ok investigador, podemos começar o interrogatório!
De súbito, Richard bebeu o café, e olhando nos Olhos de Aline começou a despejar as perguntas com total confiança, afinal Aline não era boa em mentir, ainda mais para seu pai, que alem de ser um experiente investigador, acima de tudo era seu pai, claro:
- Certo, vamos começar alguém estava acompanhando Pedro? Você viu alguma pessoa estranha passando antes de Pedro de interceptar?
Aline respondia todas as perguntas sem balbuciar:
- Não ninguém acompanhava Pedro ele estava sozinho, ninguém passava na rua no momento.
O investigador passou a mão no queixo e continuou:
- Ele mencionou alguma recompensa por mim ou por você? Que tipo de arma ele usava? Quem o impediu?
Novamente a pequena respondeu sem hesitar:
- Não, ele queria apenas se vingar por que o senhor descobriu que o pai dele era um assassino, ele usava uma faca simples Salazar o desarmou e o matou com um golpe na garganta, em seguida eu desmaiei.
Richard andava de um lado para o outro pela cozinha, mas quando Aline respondeu as duas ultimas perguntas ele parou, ficou encarando o chão, tirou um cigarro do bolso, deu uma longa tragada em seguida soltou uma longa baforada que fez com que o cheiro de nicotina tomasse conta da cozinha, ele estava irritado e estava fumando para se acalmar, mas não estava dando muito certo:
- Aline suba para seu quarto, vou ter uma pequena “prosa” com o nosso vizinho assassino!

A garota pensou em questionar seu pai, mas ele estava muito sério então ela apenas o obedeceu sem questionar, mas quando chegou a seu quarto e correu para a janela, observando da janela reparou que havia uma moto diferente no gramado vizinho, era uma moto muito simples comparada às outras que Salazar tinha.

domingo, 31 de agosto de 2014

A pequena correu até a cômoda, pegou uma blusa de frio, estava ventando muito naquela noite, ela abriu a janela lentamente, pois era velha e costumava fazer barulho, e ela não queria acordar seu pai, após isso, ela ficou de frente para Salazar. Embora estivesse ventando muito e fizesse frio, ele estava com uma camisa de manga curta e não aparentava estar com frio.
Salazar soltou as pedras que caíram no gramado, ficou debruçado sobre a proteção de sua varanda olhando para Aline:
- E então, já esta mais calma pequena?
Ela ficou brava e fez um bico, igual a uma criança, cruzou os braços e olhou para o lado:
- Não acredito que me chamou aqui apenas para perguntar isso!
- E o que você esperava que eu dissesse? Quer que eu te convide para conhecer minha casa às três horas da madrugada? – Salazar e seu sarcasmo atacaram novamente.
Novamente Aline o encarou, mas já não estava mais brava:
- Quero que me explique o que foi aquilo hoje à tarde! Por que matou Pedro! Por que me salvou? E como você é tão habilidoso?
Como estava sempre com um sorriso falso no rosto, era difícil levar a sério algumas coisas que Salazar dizia.
- Seu pai me fez perguntas parecidas, e eu não o respondi, por que deveria responder você?
A pequena começou a ficar irritada com tanta conversa:
- Por que você me chamou para conversar às três horas da manhã, por que você matou um cara na minha frente sem hesitar, por que eu sou a envolvida e não ele! Satisfeito senhor Salazar?
- Parabéns – disse Salazar, ele parecia estar esperando tal reação da pequena – finalmente você mostrou a garota que você é, mas espero que esteja pronta para ouvir o que vou dizer.
O coração de Aline palpitou mais rápido, ela se debruçou sobre a janela, ela estava se preparando para algo forte. Salazar passou a mão no cabelo e olhando nos olhos de Aline disse:
- Eu não te salvei por caridade, você apenas estava no local errado na hora errada, eu já ia matar Pedro uma hora ou outra, o momento apenas foi importuno para você, eu sou um assassino.
Aline prestava tanta atenção que estava de boquiaberta, mas esta era uma das respostas esperadas:
- Eu já desconfiava que você fosse um assassino, porém achei tudo muito surreal, mas por que assassinos matam outros assassinos?
 - Não algo que ocorre comunmente – respondeu Salazar – alguns assassinos decapita outros para roubar, o que não foi o meu caso, Pedro era um iniciante, muito inexperiente, na idade dele eu já tinha um quarto do que tenho hoje e já era temido por metade da cidade, sem nem mesmo sequer ter um nome, alguém inexperiente como ele atrairia muitos olhares indesejados para o bairro com o passar do tempo, o que me comprometeria, então decidi acabar logo com ele, afinal ele seria apenas um incômodo.
Espantada, a pequena escutava tudo, ela pensou em não acreditar em Salazar, mas era quase que impossível, as motos e o aluguel caro, era muito dinheiro para alguém daquela idade estar ganhando honestamente, e o assassinato a sangue frio lhe dava a certeza:
- Tudo bem, com todos os fatos e o ocorrido, tudo indica que você realmente é um assassino, mas, qual?
Salazar se virou, e adentrou seu quarto, Aline pensou que ficaria sem resposta, mas ele virou-se de volta:

- É agora que começa a diversão, afinal a mente humana precisa de enigmas para se mantiver em atividade, o mistério, por mais tenebroso que seja desperta a curiosidade humana, é um dom ou uma maldição, pode fazer evoluir ou matar, depende do risco que se esta disposta a correr.