contador de visitas para blog

domingo, 31 de agosto de 2014

A pequena correu até a cômoda, pegou uma blusa de frio, estava ventando muito naquela noite, ela abriu a janela lentamente, pois era velha e costumava fazer barulho, e ela não queria acordar seu pai, após isso, ela ficou de frente para Salazar. Embora estivesse ventando muito e fizesse frio, ele estava com uma camisa de manga curta e não aparentava estar com frio.
Salazar soltou as pedras que caíram no gramado, ficou debruçado sobre a proteção de sua varanda olhando para Aline:
- E então, já esta mais calma pequena?
Ela ficou brava e fez um bico, igual a uma criança, cruzou os braços e olhou para o lado:
- Não acredito que me chamou aqui apenas para perguntar isso!
- E o que você esperava que eu dissesse? Quer que eu te convide para conhecer minha casa às três horas da madrugada? – Salazar e seu sarcasmo atacaram novamente.
Novamente Aline o encarou, mas já não estava mais brava:
- Quero que me explique o que foi aquilo hoje à tarde! Por que matou Pedro! Por que me salvou? E como você é tão habilidoso?
Como estava sempre com um sorriso falso no rosto, era difícil levar a sério algumas coisas que Salazar dizia.
- Seu pai me fez perguntas parecidas, e eu não o respondi, por que deveria responder você?
A pequena começou a ficar irritada com tanta conversa:
- Por que você me chamou para conversar às três horas da manhã, por que você matou um cara na minha frente sem hesitar, por que eu sou a envolvida e não ele! Satisfeito senhor Salazar?
- Parabéns – disse Salazar, ele parecia estar esperando tal reação da pequena – finalmente você mostrou a garota que você é, mas espero que esteja pronta para ouvir o que vou dizer.
O coração de Aline palpitou mais rápido, ela se debruçou sobre a janela, ela estava se preparando para algo forte. Salazar passou a mão no cabelo e olhando nos olhos de Aline disse:
- Eu não te salvei por caridade, você apenas estava no local errado na hora errada, eu já ia matar Pedro uma hora ou outra, o momento apenas foi importuno para você, eu sou um assassino.
Aline prestava tanta atenção que estava de boquiaberta, mas esta era uma das respostas esperadas:
- Eu já desconfiava que você fosse um assassino, porém achei tudo muito surreal, mas por que assassinos matam outros assassinos?
 - Não algo que ocorre comunmente – respondeu Salazar – alguns assassinos decapita outros para roubar, o que não foi o meu caso, Pedro era um iniciante, muito inexperiente, na idade dele eu já tinha um quarto do que tenho hoje e já era temido por metade da cidade, sem nem mesmo sequer ter um nome, alguém inexperiente como ele atrairia muitos olhares indesejados para o bairro com o passar do tempo, o que me comprometeria, então decidi acabar logo com ele, afinal ele seria apenas um incômodo.
Espantada, a pequena escutava tudo, ela pensou em não acreditar em Salazar, mas era quase que impossível, as motos e o aluguel caro, era muito dinheiro para alguém daquela idade estar ganhando honestamente, e o assassinato a sangue frio lhe dava a certeza:
- Tudo bem, com todos os fatos e o ocorrido, tudo indica que você realmente é um assassino, mas, qual?
Salazar se virou, e adentrou seu quarto, Aline pensou que ficaria sem resposta, mas ele virou-se de volta:

- É agora que começa a diversão, afinal a mente humana precisa de enigmas para se mantiver em atividade, o mistério, por mais tenebroso que seja desperta a curiosidade humana, é um dom ou uma maldição, pode fazer evoluir ou matar, depende do risco que se esta disposta a correr.

Nenhum comentário:

Postar um comentário